O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi aprovado no Senado nesta quarta-feira, 12, para permanecer por mais dois anos no cargo. Confrontado por parlamentares de direita em sabatina de quase seis horas na CCJ, seu nome foi aprovado por 17 votos a 10 na comissão e, depois, por 45 votos a 26 no plenário. Ele precisava de 41. Em 2023, o resultado foi mais folgado: 65 a 11.

Em boa fase nas relações com o Planalto e com o STF, Gonet foi indicado por Lula para mais um mandato de dois anos na PGR. Na sabatina, ele foi  alvo de críticas na CCJ, por exemplo, por ser o autor da denúncia no STF que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por golpe de Estado, em setembro, e também pela atuação do órgão no escândalo do INSS.

Gonet defendeu a PGR e disse que órgão não tem “bandeiras partidárias” e “não julga ninguém”. “Da PGR não saem denúncias precipitadas. As minhas manifestações se deram invariavelmente nos autos dos processos, sem vazamento nem comentário público algum. Não há criminalização da política em si. A tinta que imprime as peças produzidas pela PRG não têm as cores das bandeiras partidárias”, disse Gonet ao comentar os processos do 8 de Janeiro. 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, criticou Gonet e o associou a um suposto “conluio” com o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou o ex-presidente. “Quero lamentar sua recondução. O senhor aceitou passivamente o Ministério Público ser esculhambado. Não defendeu as prerrogativas constitucionais da instituição que deveria representar”, atacou Flávio.

A sabatina na CCJ  do Senado começou por volta das 9 horas e foi até o meio da tarde.