Preso político durante a ditadura militar, o jornalista Ivan Seixas comemorou nesta terça-feira, 25, a determinação do STF de que os condenados pela tentativa de golpe passem a cumprir suas penas em regime fechado — entre os quais um ex-presidente, três generais e um almirante da reserva.

Jair Bolsonaro, por enquanto, vai pagar a sentença na cela especial da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde está desde sábado, enquanto os generais Augusto Heleno (foto) e Paulo Sérgio Nogueira foram levados ao Comando Militar do Planalto. Walter Braga Netto seguirá preso no Rio de Janeiro e o almirante Almir Garnier cumprirá pena em uma base da Marinha na capital.

“É um momento histórico e fantástico. Temos de comemorar, porque, afinal de contas, isso mostra que foi desmontado o poderio militar [referindo-se à influência na política e na Justiça]. Até um tempo atrás, a gente não conseguia acusar nem mesmo um soldado. Agora, generais estão sendo condenados pela Justiça civil. E estão sendo presos”, disse.

Um dos principais auxiliares da Comissão da Verdade de São Paulo, Seixas ficou preso por cinco anos nos anos 1970. Tinha 16 anos à época. Junto com o pai, Joaquim Alencar de Seixas, um dos líderes do Movimento Revolucionário Tiradentes, o jornalista foi levado para as dependências do DOI-Codi em São Paulo, onde sofreu torturas. Seu pai foi morto durante a tortura, menos de dois dias depois da prisão.

“Eu vejo que a Justiça, sobretudo o Alexandre de Moraes, tem a tarefa histórica de enquadrar essa gente para dizer que quem manda não são eles”, concluiu.