A CPMI do INSS rejeitou, nesta quinta-feira, 4, a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, em uma vitória do governo Lula. O requerimento foi derrubado por 19 a 11 e impede que o indicado pelo presidente para o STF enfrente um escrutínio público na comissão justamente no momento em que sua sabatina oficial no Senado — antes marcada para 10 de dezembro — foi cancelada e ainda não tem nova data.

A oposição insistia em ouvir Messias sob o argumento de que a AGU teria recebido alertas sobre fraudes no INSS e reagido de forma lenta. O cálculo dos opositores era de que um depoimento agora funcionaria como uma “pré-sabatina”, servindo para testar o comportamento do indicado sob pressão e influenciar o ambiente político no Senado, mesmo com voto secreto.

A base do governo atuou para evitar esse desgaste. Aliados afirmam que a convocação teria caráter político e criaria uma sabatina paralela enquanto o processo oficial segue indefinido. A rejeição do pedido ajuda a preservar a articulação de Messias no Senado, onde ele ainda enfrenta do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, e de boa parte do Senado.

A sessão desta quinta foi a última da comissão antes do recesso. Ao longo do dia, a base governista também conseguiu barrar a ida de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, além de executivos de bancos como PicPay, C6, Crefisa e Santander. Por outro lado, a CPI aprovou as convocações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do empresário Daniel Vorcaro, dono do banco Master.

A votação sobre Messias havia sido adiada em 27 de novembro, quando a CPI apreciou mais de 300 requerimentos. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), prometeu recolocar o tema e, nesta quinta, voltou a defender a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias.