A prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, do PL, provocou uma reação discreta entre os parlamentares da esquerda fluminense. À exceção do PSOL, os partidos do campo progressista mantiveram a mesma tônica: quando houve manifestação pública, ela se limitou a reproduzir a notícia da detenção, sem avaliação política do episódio.
Bacellar foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de vazar para o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, informações sobre uma operação policial que o mirou, em setembro. TH Joias é investigado por relações com o Comando Vermelho.
O PSOL foi a única sigla de esquerda a divulgar um posicionamento institucional sobre as acusações contra Rodrigo Bacellar, por meio de nota nas redes sociais. Ficou a cargo do deputado Flávio Serafini levar o tema ao plenário. Ele defendeu que a Casa trate o assunto com transparência e aguarde o acesso integral aos autos antes de qualquer deliberação.
O silêncio e as reações comedidas chamam a atenção, mas não surpreendem completamente. Rodrigo Bacellar chegou à Presidência da Alerj como candidato único, em 2023, e foi reeleito com votação unânime em 2025, apoiado por todas as bancadas, inclusive a esquerda.
Caberá à própria Alerj, em breve, decidir se mantém ou revoga a prisão do seu presidente, como prevê o procedimento para casos envolvendo deputados estaduais. A ver como a esquerda vai se posicionar.
