O empresário argentino Jorge Ernesto Rodríguez (foto acima), acusado em seu país de intermediar pagamentos ilícitos da Odebrecht, acionou Dias Toffoli no STF para que a Argentina devolva ao Brasil as provas do acordo de leniência da empreiteira. Usado nos processos contra Rodríguez, o material foi obtido por meio de procedimentos de cooperação internacional entre os governos brasileiro e argentino.
Conhecido como “Corcho”, Rodríguez responde a três ações penais na Justiça argentina. Os processos tratam de supostos repasses ilícitos operados por ele a políticos a partir de duas obras da Odebrecht no país: a Planta Potabilizadora Paraná de Las Palmas, uma estação de tratamento de água; e o soterramento da Ferrovia Sarmiento, na região metropolitana de Buenos Aires.
O empresário foi delatado por Luiz Antônio Mameri, ex-vice-presidente da Odebrecht para a América Latina, como intermediário de pagamentos da Odebrecht ao ex-ministro kirchnerista Julio de Vido no âmbito da obra da estação de Las Palmas.
Toffoli já havia atendido a um pedido dos advogados brasileiros de Jorge Rodríguez e anulado as provas da Odebrecht em relação a ele, conforme a lei e a Justiça do Brasil. Essa decisão foi assinada em agosto de 2024.
Na nova manifestação ao ministro, na última segunda-feira, 8, a defesa de Rodríguez alegou que a Justiça argentina prosseguiu com as ações e tem buscado ouvir testemunhos de delatores da Odebrecht.
Para barrar os processos, os advogados querem que Dias Toffoli mande o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), órgão do Ministério da Justiça, pedir à Argentina a devolução das provas. O conteúdo, que inclui depoimentos de delatores colhidos no Brasil, foi compartilhado por meio de ao menos nove procedimentos de cooperação entre os dois países.

