O Consesp (Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública) rebateu, nesta terça-feira, 9, as declarações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, com críticas à “inação” de governadores diante do avanço da criminalidade. As afirmações do ministro foram feitas durante audiência pública na CPI do Crime Organizado. No documento divulgado nesta terça, o Consesp responde a Lewandowski e diz que, além de custear a maior parte da estrutura de Segurança Pública, os estados frequentemente assumem tarefas que seriam típicas da esfera federal, como o enfrentamento ao tráfico de armas e drogas — sobretudo nas regiões de fronteira.

Segundo a nota, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 apontam um total de R$ 153 bilhões gastos no setor, sendo R$ 118,5 bilhões investidos por estados e pelo Distrito Federal, enquanto R$ 22 bilhões vieram da União.

Presidido pelo secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal, Sandro Avelar, o conselho defendeu, no texto, que a segurança pública tenha um ministério próprio, separado da pasta da Justiça, para facilitar o diálogo técnico entre União, estados e municípios e fortalecer a atuação coordenada no combate ao crime. “A segurança pública deve contar com ministério próprio, dirigido por gestores de segurança pública, o que certamente contribuiria com a estabelecimento do diálogo e a construção de pontes, fortalecendo a cooperação federativa”, diz o comunicado.