Preso na nova fase da Operação Sem Desconto, nesta quinta-feira, 17, Adroaldo da Cunha Portal foi promovido a secretário-executivo do Ministério da Previdência em maio de 2025, em meio ao avanço das apurações sobre o escândalo de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.

Portal deixou o cargo de secretário do Regime Geral de Previdência Social para assumir a posição de número dois da pasta. O cargo era ocupado por Wolney Queiroz, que assumiu o ministério da Previdência após a demissão de Carlos Lupi.

Adroaldo Portal teve prisão domiciliar decretada por André Mendonça e foi exonerado do cargo no ministério nesta quinta, em edição extra do Diário Oficial da União. A operação também cumpriu mandados de busca contra o senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão.

Antes da prisão, em novembro, Portal havia sido formalmente convocado pela CPMI do INSS para prestar depoimento. A oitiva era esperada para a última sessão do ano, em 4 de dezembro, mas não ocorreu após a comissão priorizar outros depoimentos e votar requerimentos. Com o início do recesso parlamentar, o depoimento foi adiado.

Durante a CPMI, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi questionado sobre nomeações na pasta e sobre a atuação de Adroaldo Portal. Em 8 de setembro de 2025, ele afirmou que Portal tinha histórico no PDT e disse que, em sua avaliação, o secretário-executivo havia feito “um bom serviço”.

A trajetória de Adroaldo Portal foi construída quase integralmente em cargos de bastidor no Congresso e no Executivo. Formado em Jornalismo, iniciou sua atuação pública em 1999, como assessor técnico na Câmara dos Deputados. Em 2004, teve sua única tentativa eleitoral, ao concorrer a vereador em Sapiranga (RS) pelo PDT, sem sucesso. À época, declarou à Justiça Eleitoral exercer as funções de estenógrafo, datilógrafo, recepcionista, telefonista e taquígrafista, além de informar não possuir bens.

Ao longo dos anos seguintes, ocupou posições estratégicas ligadas ao PDT. Foi chefe de gabinete da liderança do partido na Câmara, exerceu cargos no Ministério das Comunicações durante o governo Dilma Rousseff e, entre 2019 e 2023, atuou como assessor e chefe de gabinete do senador Weverton Rocha.