Os próximos três meses serão decisivos para a montagem das alianças eleitorais nos estados e para a formação dos palanques dos candidatos a presidente. Alguns postulantes aos cargos mais relevantes em disputa ainda não anunciaram o papel que terão nas urnas e, quando tornarem públicas suas decisões, vão completar o tabuleiro das chapas regionais e para o Planalto.

As maiores expectativas se voltam para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido de grande parte do empresariado e do Centrão para enfrentar Lula em 2026. Com a administração bem avaliada, ele se apresenta como um nome do bolsonarismo, mas sem o sobrenome da família do ex-presidente.

Se desistir de se lançar para a Presidência da República, hipótese descartada pelos aliados, Tarcísio deve disputar a reeleição. O governador lidera todas as pesquisas e, nas projeções dos especialistas, é franco favorito contra qualquer adversário que queira disputar o Palácio dos Bandeirantes.

Se deixar o governo para concorrer ao Planalto, Tarcísio abre espaço para sua sucessão no estado. Entram no páreo o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), que assume o cargo se Tarcício se desincompatibilizar.

Família Bolsonaro
Nas últimas semanas, o anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pretende se candidatar ao Planalto em nome da família alimentou dúvidas sobre a disposição de Tarcísio de manter o nome na disputa nacional. Entre os defensores da entrada do governador na corrida presidencial existe a expectativa de que o filho do ex-presidente recue de sua intenção encabeçar uma chapa contra Lula, negocie uma participação de seu grupo em um futuro governo direitista e resolva tentar mais um mandato de senador.

Se compuser uma chapa para presidente, Flávio facilitará o arranjo estadual: o senador Carlos Portinho (PL-RJ) poderá disputar com mais facilidade uma das vagas para o Senado. A outra, segundo as pesquisas, deve ser ocupada pelo governador Cláudio Castro (PL).

Outro personagem que alimenta suspense quanto ao papel que terá em 2026 é o ministro Fernando Haddad (Fazenda). Ele disse que deixará o governo em fevereiro para coordenar a campanha de Lula à reeleição, mas é o principal nome do PT para concorrer ao governo de São Paulo, mesmo que o adversário seja Tarcísio, difícil de ser batido. Para o Senado, Haddad lidera as pesquisas, mas nem essa condição o fez tornar pública uma definição sobre participar das eleições do ano que vem.