O banqueiro Daniel Vorcaro prestou depoimento por três horas nesta terça-feira, 30, na sede do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília, como parte do processo que investiga a venda de carteiras de crédito do banco Master para o BRB, o banco estatal do Distrito Federal.

Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, foi ouvido na sequência, por cerca de duas horas. Depois, foi a vez do diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, que não é investigado no caso, mas participou ativamente das apurações sobre a “saúde” financeira do Master.

Os depoimentos foram conduzidos pela delegada da Polícia Federal Janaína Palazzo e pelo juiz auxiliar Carlos Vieira Von Adamek, que trabalha no gabinete do ministro Dias Toffoli (foto), relator do caso no STF.

O BRB tentou comprar o Master em uma operação que não obteve o aval do Banco Central. Depois de barrar o negócio, o BC decretou a liquidação extrajudicial da instituição. A autoridade monetária informou que a decisão foi tomada diante de grave crise de liquidez do banco e pelo comprometimento de sua situação econômico-financeira. A defesa do Master e de Vorcaro questiona o procedimento.

Com a liquidação do Master, cabe agora ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ressarcir os clientes dos depósitos e investimentos que mantinham no banco. Segundo o fundo, o conglomerado de Vorcaro tinha 1,6 milhão de credores, que devem receber R$ 41 bilhões. Essa operação de socorro é a maior já registrada no sistema financeiro brasileiro.

Acareação
Dias Toffoli havia determinado, inicialmente, uma acareação entre Vorcaro, Costa e Aquino. Para ele, a investigação já tinha elementos suficientes que apontavam a necessidade de colocar os três frente a frente. O ministro do STF, porém, voltou atrás e determinou que a delegada Janaína Palazzo colhesse os depoimentos individualmente e avaliasse se seria o caso de confrontar os três. Após os depoimentos, a PF decidiu fazer a acareação de Vorcaro com Costa.