O advogado Siro Darlan faz os acertos finais para assumir a assessoria jurídica da Torcida Jovem do Flamengo. E sua primeira ação será ingressar, nos próximos dias, com um recurso na Justiça do Rio para reverter a proibição da torcida de frequentar os estádios.
“O Estatuto do Torcedor, que é para proteger o torcedor, está sendo usado para punir pessoas que não cometeram delito nenhum. O caso do Boinha, que é o nosso presidente, é de uma estupidez jurídica incrível”, disse o advogado, desembargador aposentado e flamenguista roxo.
Boinha é Tiago de Souza Câmara Melo, presidente da Jovem, preso em setembro sob acusação de participar da morte de um torcedor do Vasco, Eumar Vaz, depois de um jogo. “Ele é de comunidade, ele é pobre. E está pagando por um homicídio que ele sequer estava no local, com base apenas na indicação de um inimigo de torcida, de outra torcida, da torcida do Vasco”, afirmou Darlan (na foto com a diretoria da torcida flamenguista).
A ideia de constituir uma assessoria jurídica é novidade para a Torcida Jovem. E o escritório de Siro Darlan, com mais dois advogados, foi contratado, mas impôs condições, como modificar o estatuto, se comprometer a não participar de atos violentos e punir os infratores.
“E vamos estabelecer um código de ética. Nem o Supremo tem código de ética, mas a torcida jovem do Flamengo vai ter”, falou o advogado.
O caso de Boinha não será atendido pelo escritório de Darlan, já que o preso tem advogado constituído. Mas a ação principal, além de criar o código de ética e rever o estatuto, é retomar a participação da torcida nos estádios. A proibição vigorou por três meses e agora foi renovada.
Segundo Darlan, a Torcida Jovem tem sofrido com prejuízos. “A torcida do Flamengo está fora do estádio há mais de três anos. E uma juíza, pura e simplesmente contrariando a própria lei, estabeleceu que a torcida vai ficar fora dos estádios por mais três anos. Isso não pode. A pena máxima do estatuto é de três anos e já foi cumprida.”
