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Contra direita e ‘achaque’ do Congresso, ex-ministros fazem carta por ‘frente ampla’

Entre os signatários estão Aloysio Nunes, Cristovam Buarque, Renato Janine Ribeiro, José Eduardo Cardozo e Tarso Genro. Visando alianças para 2026, texto fala em bloquear bancadas que "se dedicam a extorquir"

Fachada do Congresso Nacional
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Intelectuais, artistas e políticos estão preparando uma carta em defesa da democracia e dos princípios republicanos já com vistas à disputa eleitoral de 2026. Nela, falam da necessidade de isolamento da extrema direita e do combate ao fisiologismo no Congresso Nacional. É, na prática, um apelo por uma espécie de frente ampla contra o autoritarismo e o avanço dos parlamentares sobre os orçamentos públicos, inclusive em proveito próprio.

O documento já tem entre os signatários ex-ministros de governos do PT e do PSDB. A lista inclui Aloysio Nunes (Justiça e Secretaria-Geral, governo Fernando Henrique Cardoso), Tarso Genro (Educação, Relações Institucionais e Justiça no governo Lula), Cristovam Buarque (Educação, governo Lula), Renato Janine Ribeiro (Educação, governo Dilma), José Eduardo Cardozo (AGU e Justiça, governo Dilma) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário no governo Lula e Trabalho e Secretaria Geral, no governo Dilma).

O objetivo é a formação de um movimento que eles intitulam “Vamos em Frente” e “Juntos em Frente”, para garantir a comunicação entre diferentes tendências democráticas, com a organização e a mediação da sociedade civil. Assim, tentam criar pontos de convergência para novas frentes políticas estaduais e nacionais com vistas às próximas eleições. O plano é garantir que caminhem juntos - se não for possível no primeiro turno em todos os estados, pelo menos em eventuais segundos turnos.

Os ex-ministros mencionam o “compromisso de não firmar alianças com setores de partidos ou partidos, da direita autoritária e da extrema direita, ou de quaisquer organizações partidárias que proponham ditaduras de qualquer natureza” e de bloquear “a influência no Congresso Nacional, de bancadas oligárquicas e fisiológicas, que se dedicam a extorquir, para proveito próprio, os orçamentos públicos, assim subvertendo a relação institucional entre os poderes da União” como compromissos do grupo.

Eles também sugerem iniciativas que unifiquem o país e o preparem para a transição climática, com uma “política de prevenção de catástrofes e de redução das desigualdades sociais e regionais”. O documento pretende servir de base para uma coalizão nacional e também influenciar a organização das coligações nos estados.

Os signatários se comprometem a participar de um amplo movimento cívico descentralizado, com iniciativas locais, regionais e nacionais em defesa do futuro da democracia no país e defendem a formação de frentes eleitorais baseadas em princípios e que tenham como princípios a restauração da dignidade da política e a preservação dos poderes da República.

Além deles, assinam o documento outras personalidades da sociedade civil. Até esta terça-feira, 14, a carta somava 70 assinaturas.

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