Responsável pelas redes sociais de Lula quando ele esteve preso na Polícia Federal em Curitiba, entre 2018 e 2019, a jornalista Nicole Briones (foto), hoje superintendente de Comunicação Digital da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), foi uma das pessoas que alertaram o presidente da República sobre problemas com a comunicação oficial. Segundo integrantes do governo, Nicole, que foi muito próxima de Lula, disse ao presidente que ele “deveria ter mais cuidado com a comunicação”.
Nicole é casada com o cientista político Marco Aurélio Santos Ribeiro, chefe de gabinete de Lula. Marcola, como é conhecido, é o homem que cuida da agenda do presidente. O casal se conheceu em Curitiba.
O recado dela a Lula teria sido dado antes da chegada do marqueteiro da campanha presidencial do petista, Sidônio Palmeira, nomeado na semana passada novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
No dia 16 de dezembro último, Nicole lembrou em uma postagem na rede social X (o antigo Twitter) que fazia três anos que ela havia deixado a equipe de Lula. E fez um alerta: “Muita coisa mudou, não temos mais contato e tento contribuir como posso. Às vezes queria voltar no tempo e contar algumas coisas pra ele. Aposto que me xingaria e daríamos boas risadas. Boa recuperação, presidente!”. À época, Lula se recuperava da cirurgia para tratar de uma hemorragia intracraniana, após uma queda no banheiro.
Quando Lula tomou posse na Presidência, Nicole foi cotada para cuidar das redes sociais de Lula no governo, mas teria sido preterida por Janja da Silva, a primeira-dama, com quem teria tido discordâncias. Janja indicou para a função Brunna Rosa, próxima a ela, que foi desligada da função na semana passada.
Na avaliação de Sidônio Palmeira, o novo ministro da Secom, as redes sociais do governo “não estavam falando entre si”. Umas das razões é que três grupos diferentes cuidavam dos perfis, cada um à sua maneira. Nicole teria alertado o presidente sobre esse problema. O fotógrafo oficial de Lula, por exemplo, Ricardo Stuckert, que ocupa o cargo de secretário de Audiovisual da Secom, publicava diretamente as fotos de Lula em redes como o Instagram e Facebook. Ao chegar, como mostrou o PlatôBR, Sidônio cobrou mudanças no procedimento.