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Pix, deepfake e ataques nas redes: os passos da triagem da PF antes de abrir investigação

Após campanha nas redes que fizeram o governo correr para mexer na comunicação oficial, corporação recebeu vários pedidos para abrir inquéritos

Agentes da Polícia Federal em serviço
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Notícias falsas disseminadas nas redes sociais envolvendo autoridades do governo e com repercussão na economia estão sendo avaliadas pela Polícia Federal em três frentes: i) identificação de quem fez e quem postou; ii) enquadramento dos conteúdos postados em algum tipo de crime previsto em lei e iii) ataques contra honra.

Na lista da PF estão publicações com manipulação da imagem do ministro Fernando Haddad (Fazenda) usando inteligência artificial, outras com frases sobre câmbio atribuídas ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e ainda as que tratam da tributação do Pix. Todas repercutiram e geraram grande engajamento desde a virada de ano.

Para PF, o início de 2025 já deu uma ideia do que pode vir por aí, considerando que as redes sociais são espaço de manifestações políticas e elas se intensificam à medida que o país se aproxima das eleições presidenciais, marcadas para 2026.

Antes de abrir inquérito para investigar formalmente culpados e possíveis punições, a PF avalia se as ações que envolvem autoridades do governo configuram algum tipo de crime. Primeiro, os policiais analisam o que é crítica e o que pode ser considerado, de fato, como possível crime.

No início desta semana, circulou um vídeo manipulado que mostra o ministro Fernando Haddad falando com jornalistas sobre aumento da taxação sobre os pobres. O vídeo usa técnicas que permitem alterar imagens e sons com uso de inteligência artificial (deepfake).

Antes disso, outro vídeo com a imagem alterada do ministro dizia que o governo iria taxar grávidas e até animais de estimação. Além disso, uma suposta tributação do Pix também foi alvo de fake news, o que obrigou o governo a revogar uma medida de fiscalização editada pela Receita Federal e editar uma MP (medida provisória) para tentar acabar com a desinformação.

No caso dos conteúdos sobre tributação do Pix, houve desdobramentos, já que uma série de golpes foram praticados. A partir dessa informação, alguns comerciantes, por exemplo, passaram a cobrar mais caro em transações envolvendo pagamento com Pix.

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