Líderes evangélicos que assumem agora funções importantes no Legislativo, com as definições das novas mesas, lideranças e comissões da Câmara e Senado, prometem fazer barulho no Congresso. Três deles se destacam: a futura presidente da Comissão de Direitos do Senado, Damares Alves (Republicanos-DF), que é pastora da Igreja Batista da Lagoinha; Sóstenes Calvalcante (PL-RJ), novo líder de seu partido na Câmara, pastor da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e ligado ao pastor Silas Malafaia; e Altineu Côrtes (PL-RJ), que será o primeiro vice-presidente da Câmara, e é membro da igreja evangélica Central do Avivamento, no Rio.
Fervorosa ativista contra o aborto e causas LGBTQI+, Damares é uma das parlamentares evangélicas que costuma ir para o confronto político com religiosos considerados progressistas. “Vou deixar de ser uma senadora ativista para ouvir todas as vertentes”, prometeu Damares, ao falar ao PlatôBR.
“Como presidente, não vou propor assuntos de minha iniciativa. Vou sentar com o colegiado e procurar trabalhar num consenso”, disse Damares, que é também filha de pastor evangélico.
“A minha fé não me motiva a ser presidente e nem me credencia. O que me credencia é a capacidade de lidar com o tema. O partido não decide pela fé, mas por quem tem a melhor alinhamento com o assunto”, afirmou a senadora.
“É importante termos cada vez mais evangélicos em cargos de representatividade”, comemorou o pastor e novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, dizendo não ter ainda um levantamento sobre quantos deles ocuparão cargos importantes na nova composição dos postos de comando do Legislativo.
Sóstenes foi o segundo vice-presidente da Câmara na gestão de Arthur Lira (PP-AL). Na Câmara, os nomes para presidir comissões ainda não estavam definidos até por volta de 14 horas deste sábado, 1.
No Senado, são também evangélicos o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que assumirá a Comissão de Agricultura e é evangelista da Igreja Assembleia de Deus, e a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), que ocupará a primeira-secretaria da Casa e é da Igreja Batista.
Parlamentares evangélicos que ganharam protagonismo na política em decorrência da influência nas igrejas de que fazem parte tiveram papel ativo nas negociações que resultaram nas expressivas vitórias de Hugo Motta e Davi Alcolumbre.
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, por exemplo, havia se lançado candidato à presidência da Câmara, mas depois saiu da corrida, abriu caminho para o correligionário Motta e foi um dos responsáveis pelas costuras que levaram à vitória dele.
O Republicanos de Pereira tem origem na Universal do Reino de Deus, da qual ele é bispo. Lideranças da igreja, por sinal, como mostrou o PlatôBR, vêm se movimentando para tirar a legenda das mãos dele.