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Alcolumbre e o Senado do Mounjaro

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre presenteou colegas com canetas emagrecedoras de Mounjaro

Davi Alcolumbre
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Sabe o Mounjaro, a injeção para controlar insulina e que tem um uso offlabel para emagrecimento? A caneta virou o presente mais disputado entre senadores. 

A coisa começou no fim de 2023. Foi naquela época que o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, eleito ontem, passou a dar de presente para seus futuros eleitores o mimo de luxo. Sim, porque o Mounjaro é vendido apenas em alguns países — é comercializado, por exemplo, nos Estados Unidos e em alguns países europeus. E é caro, bem caro, até em dólar (US$ 1.000 na Amazon) ou em euro ($500 nas farmácias de Madri). Mas Davi, sempre sensível aos interesses de seus eleitores, arrumou um carregamento de Mounjaro e passou a bandeja. Muita gente pegou.

No sábado, 1, Flávio Bolsonaro disse no estúdio que o PlatôBR montou no Congresso, para cobrir as eleições de Alcolumbre e Hugo Motta, que ganhou de Davi Alcolumbre algumas canetas de Mounjaro. Disse também que o novo presidente do Congresso não foi seu único fornecedor. O senador Ciro Nogueira, usuário do produto, contou que comprou o medicamento em viagens ao exterior — disse ter perdido 20 quilos — e que deu a outros colegas, o próprio Flávio entre eles.

Flávio não foi o único senador a ganhar a caneta emagrecedora de R$ 6 mil. Entre direita e esquerda, o Mounjaro é uma unanimidade maior que Davi Alcolumbre. Boa parte dos senadores desfilou pelos corredores e enfrentou as câmeras ontem com o shape renovado.

Considerado mais potente que o Ozempic, o Mounjaro teve seu uso liberado pela Anvisa, mas a Novordisk, seu laboratório, ainda não conseguiu fazer o medicamento chegar às farmácias brasileiras. O medicamento é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2. Pode ser usado para emagrecimento, mas os interessados devem buscar acompanhamento médico.

Os senadores festejarão o preço que o remédio terá por aqui, bem menor que a bolada que Alcolumbre, Ciro Nogueira e outros gastaram para agradar os colegas: a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos já estabeleceu um teto de preço para o medicamento: entre R$ 1.457.47 e R$ 2.914.95, dependendo da concentração, sem contar ICMS.

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