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Paulo Gonet deve denunciar Bolsonaro nos próximos dias

É alta a probabilidade de Paulo Gonet, o chefe da PGR, denunciar Bolsonaro ao STF nos próximos dias

Foto: Gustavo Moreno/STF
Foto: Gustavo Moreno/STF

São grandes as chances de Paulo Gonet denunciar Jair Bolsonaro ao STF nesta semana. Em janeiro, o chefe da PGR trabalhava nos detalhes da reta final da acusação contra o ex-presidente, que acabou ficando para fevereiro.

Permanece na PGR a certeza de que o caso será apresentado longe dos holofotes, discreto como Gonet, sem entrevistas coletivas ou maiores alardes.

Ao longo dos últimos meses, a dúvida era se o PGR reuniria todas as investigações da Polícia Federal contra Bolsonaro em uma única denúncia ou se as acusações seriam tratadas em separado.

Jair Bolsonaro foi indiciado pela PF em três inquéritos. No caso da fraude no cartão de vacina, os investigadores atribuíram ao ex-presidente crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. No inquérito das joias desviadas, Bolsonaro foi acusado dos delitos de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. No caso dos planos golpistas, os crimes que ele cometeu, segundo a PF, foram abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Como mostrou a coluna, uma eventual unificação da denúncia da PGR se sustentaria na avaliação de que foi uma mesma organização criminosa que, valendo-se de ataques digitais, desinformação e financiamento escuso, e dos mesmos agentes, fraudou cartões de vacina, apropriou-se e vendeu indevidamente joias que pertenciam ao Estado e planejou um golpe.

O grupo que trabalhou com Gonet nas acusações, que inclui o procurador Joaquim Cabral da Costa Neto, chefe da Assessoria Especial Criminal da PGR, tinha divergências sobre a unificação. Alguns procuradores argumentavam que apresentar uma só denúncia daria a ela robustez. Outros ponderavam que o fatiamento tornaria mais ágil a análise pelo STF.

Na semana passada, conforme publicou a coluna nesse domingo, Cármen Lúcia rejeitou um pedido de Bolsonaro que poderia atingir duas frentes de investigação da PF contra Bolsonaro: a das fraudes no cartão de vacinação contra Covid-19 e a do plano do golpe.

A ministra negou a anulação, como pedia a defesa do ex-presidente, de todas as provas coletadas pela PF na Operação Venire, que mirou as supostas falsificações dos registros de vacinação de Bolsonaro e assessores. Além dessas fraudes, a Venire levou o ex-ajudante de ordens e delator Mauro Cid pela primeira vez à cadeia e apreendeu com ele aparelhos eletrônicos que ajudaram a desvendar a trama golpista.

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