Alvo de uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) nessa semana, o presidente do PSDB e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, aposta suas fichas no STF contra as investigações.
Nessa sexta-feira, 7, dia seguinte à Operação Panaceia, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do tucano, a defesa dele acionou o STF contra as investigações. A ação corre em segredo de Justiça.
Esse foi o segundo movimento de Perillo no STF nesse caso. Em setembro de 2024, ele pediu ao Supremo a suspensão e o encerramento do inquérito que o investiga desde 2020.
A apuração corre na 11ª Vara Federal de Goiás e mira suposta corrupção na contratação de organizações sociais pela Secretaria de Saúde de Goiás para gestão de hospitais públicos a partir de 2011, no governo de Perillo. A Operação Panaceia foi um desdobramento das investigações.
Em setembro, a defesa de Marconi Perillo argumentou ao STF que, passados quatro anos do início das apurações, ainda não havia tido acesso ao conteúdo das quebras de sigilo dele. Também acusou o Ministério Público Federal buscar prejudicá-lo nos anos eleitorais de 2016, 2018, 2020 e 2022.
“Essa Suprema Corte não pode admitir a manutenção de uma investigação claramente destinada a atingir fins políticos, instaurada há mais de quatro anos e que não apresentou qualquer tipo de avanço — a não ser, é claro, em anos de eleição”, disseram os advogados.
O presidente do PSDB solicitou uma decisão liminar que suspenda a investigação até o julgamento definitivo da ação pelo Supremo. Também pediu acesso ao conteúdo das quebras de sigilo contra si e um habeas corpus para trancar o inquérito.
A ação de Perillo havia sido inicialmente distribuída ao ministro Luiz Fux, mas foi redirecionada no STF. O relator agora é Gilmar Mendes, em cujo gabinete o pedido do tucano aguarda decisão desde outubro.
O que diz Marconi Perillo
Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa de Marconi Perillo enviou uma nota de repúdio às investigações, assinada pelo presidente do PSDB. Perillo atribui a ação da PF ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil.
“Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos ‘fatos’ acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação. Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas e legais e todas declaradas aos órgãos competentes”, disse Perillo.