Uma das opções sobre a mesa do Lula no xadrez da reforma ministerial é tirar o ministro Paulo Teixeira, do PT de SP, do Desenvolvimento Agrário, com o objetivo de liberar espaço para acomodar outro aliado.
O PT de São Paulo considera-se pouco representado na Esplanada, especialmente em comparação com outras federações do partido, como a de Minas Gerais e a do Rio Grande do Sul, mas cederia o ministério diante da presidência do Partido dos Trabalhadores.
Nesse cenário, a provável eleição de Edinho Silva para substituir Gleisi Hoffmann na presidência do PT seria um ponto de consenso, já que o ex-ministro da Secom no governo Dilma Rousseff e ex-prefeito de Araraquara é visto como um nome de confiança de Lula.
Paulo Teixeira retornaria à Câmara, e o ministério, que cuida da reforma agrária e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), poderia ser entregue a outro nome da esquerda atualmente desabrigado. Um exemplo seria Paulo Pimenta, exonerado do cargo de ministro-chefe da Secom de Lula e substituído por Sidônio Palmeira.
Outra possibilidade é que o ministério seja redistribuído para algum partido de esquerda que atualmente ocupe uma pasta ligada aos interesses do Centrão — o que não é o caso do Desenvolvimento Agrário. O governo Lula tem tentado consolidar uma base ampla de apoio, incluindo aliados do Centrão, mas sem abrir mão de sua agenda social e econômica progressista.