Depois de duas decisões contrárias de Flávio Dino no caso das joias sauditas, como mostrou a coluna, Frederick Wassef não vai pedir música no “Fantástico” com um terceiro “não” do STF. Os advogados de Wassef informaram a Dino nessa terça-feira, 18, que desistiram de um recurso que tentava reverter a mais recente canetada do ministro.

Com decisões em outubro e no último dia 10, Flávio Dino havia rejeitado pedidos de Wassef para arquivar as investigações contra ele. Na primeira, considerou que o habeas corpus não poderia ser analisado pelo STF. Na segunda, reiterou sua decisão anterior e escreveu que o bolsonarista não conseguiu refutá-la, mas somente demonstrar “inconformismo”.

A defesa havia recorrido novamente, mas agora desistiu.

Em julho do ano passado, a Polícia Federal indiciou Wassef pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso das joias desviadas do acervo presidencial.

A investigação concluiu que o advogado recomprou nos Estados Unidos um relógio Rolex que havia sido dado de presente a Jair Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita. Bolsonaro recebeu o “kit ouro branco”, que incluía o relógio, em outubro de 2019, em visita ao país árabe.

Frederick Wassef, afirmou a PF, ficou encarregado de recomprar o Rolex na loja Precision Watches, à qual o relógio havia sido vendido pelo ex-ajudante de ordens e delator Mauro Cid. O advogado pagou US$ 49 mil ao readquirir o Rolex, devolvido em seguida à União.