O arquiteto holandês Aldo van Eyck dedicou os últimos anos de sua vida a estudar e difundir o legado de Lina Bo Bardi. Ele a conheceu em 1969, quando esteve no Brasil e visitou o Masp, obra icônica da arquiteta. Chegou a jantar na famosa Casa de Vidro, de Lina e Pietro Maria Bardi, seu marido.
Mas foi quase 30 anos depois, em 1994, que ele se apaixonou pela obra dela, na exposição póstuma Lina Bo Bardi Arquiteto, em Londres. O holandês considerava Bo Bardi um dos três maiores nomes da arquitetura, ao lado de Le Corbusier e Frank Lloyd Wright.
No Brasil, Aldo posou para fotos e produziu cenários com os edifícios construídos por ela. Essas imagens inéditas ilustram o livro “Lina por Aldo – afinidades no pensamento dos arquitetos Lina Bo Bardi e Aldo van Eyck”. Lançada pela Cobogó, a obra reúne dez ensaios de autores de diversas partes do mundo, com organização de Isabel Diegues e Jorn Konijn.
O livro examina cinco aspectos essenciais na trajetória de ambos, como a produção intelectual, o lúdico e o brincar, o encontro com outras culturas, o envolvimento com a arte e os modos de pensar a arquitetura.
Lina Bo Bardi, arquiteta ítalo-brasileira, é mundialmente reconhecida por projetos como o Masp, o Sesc Pompeia e o Solar do Unhão, que combinam modernidade e cultura popular. Já Aldo van Eyck ficou conhecido por suas obras de caráter humanista, como o Orfanato Municipal de Amsterdam e seus projetos de playgrounds públicos.