Aliados de Jair Bolsonaro ansiosos com a aplicação de sanções dos Estados Unidos a Alexandre de Moraes esperavam que as medidas já tivessem sido anunciadas nas últimas semanas. Depois das declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, nesse sentido, no final de maio, não havia dúvida de que Moraes seria alvo de retaliações.
Como nada foi anunciado até agora, bolsonaristas passaram a atribuir a demora em parte a mudança nada sutil: a ruidosa briga entre Donald Trump e Elon Musk.
Na conta desses aliados de Bolsonaro, Musk, dono do X e inimigo declarado de Moraes, era um fator importante na equação que levaria a Casa Branca a sancionar o ministro do STF. Com ele não só fora de cena, mas em briga aberta com Donald Trump, a coisa mudaria de figura.
Ainda no fim de maio, o presidente americano e o bilionário romperam politicamente e passaram ao pugilato em praça pública. No último round, Trump, com seu tom habitualmente bravateiro, não descartou até uma possível deportação de Musk.
Os mesmos bolsonaristas lembram esperançosos, por outro lado, que uma empresa do próprio republicano, a Trump Media, se juntou à plataforma Rumble para processar Moraes nos EUA por “ordens secretas de censura” a cidadãos e companhias americanas.