Bolsonaristas e petistas vão às ruas neste domingo, em comemoração ao 7 de Setembro, com uma disputa que vai além das narrativas e chega à simbologia da camisa da Seleção Brasileira de futebol.
Para os bolsonaristas, será mais um dia de gritos por anistia dos acusados pela tentativa de golpe, com o ato em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF. O principal palco da direita será, como de costume, a Avenida Paulista, com o protesto organizado pelo pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados de Bolsonaro. O ex-presidente não poderá participar nem remotamente, já que cumpre prisão domiciliar, mas a expectativa é que os governadores e políticos aliados a ele animem a massa.
Para os petistas, a iniciativa é mais arriscada, já que o PT não tem conseguido grandes mobilizações de rua e o 7 de Setembro não costumava fazer parte da agenda da esquerda. As participações desse campo sempre foram discretas nessa data, com as esvaziadas manifestações do Grito dos Excluídos.
Neste ano, contudo, a opção foi por ir às ruas com o mote da defesa da soberania nacional. Os petistas também querem resgatar o uso da camisa da Seleção, que consideram ter sido sequestrada pela extrema direita.
O governo deu uma mãozinha para a campanha, propondo que os brasileiros tirem a camisa da Seleção do armário no feriado. “Nem acredito que tô livre daquela gaveta. Voltei, Brasil. Que saudade, meu povo!”, diz uma camisa falante na propaganda. O vídeo tem mais de 90 mil curtidas no Instagram.
A mobilização petista está agendada para 100 municípios de 25 estados, informou o PT. Caso fracasse, será um banho de água fria no momento de ascensão que o governo Lula vive nas redes sociais, com vídeos virais com milhões de visualizações, sob o mote de defender o Brasil da ofensiva de Donald Trump.
“Nossos atos em defesa da independência, da soberania e contra a anistia ocorrerão em todo o país, provando que o verdadeiro sentimento nacionalista, de defesa do Brasil e do povo brasileiro, está com quem não vai sucumbir à chantagem de Bolsonaro nem aos ataques de Trump”, disse à coluna o secretário de comunicação do PT, Eden Valadares.