Neste domingo, 14, Jair Bolsonaro deixará sua casa no Condomínio Solar de Brasília, na região do Lago Sul, e seguirá até o hospital DF Star para realizar um procedimento cirúrgico na pele. O deslocamento do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre a trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal). Moraes determinou que o deslocamento seja feito sob escolta policial.

Nos trajetos mais óbvios entre o condomínio onde mora e o hospital, localizado no final da Asa Sul de Brasília, Bolsonaro passará perto de embaixadas de países que ele próprio tem como “aliados” – dentre os quais os Estados Unidos de Donald Trump – e que nos últimos tempos foram listados como possíveis destinos em um possível pedido de asilo. 

Também ficam no caminho (veja na imagem destacada) as representações diplomáticas da Argentina, da Hungria e da Itália, igualmente governados por políticos de extrema direita. Nesta quinta-feira, 11, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de cadeia por participação na trama golpista.

Risco de fuga
Recentemente, com autorização de Moraes, a vigilância na parte interna da casa de Bolsonaro foi reforçada após a Polícia Federal apontar risco de o ex-presidente fugir para pedir asilo em embaixadas. Durante uma busca e apreensão no endereço dele, os investigadores encontraram o rascunho de uma carta para o presidente argentino, Javier Milei. O documento teria sido elaborado em fevereiro de 2024 justamente para pedir refúgio.

Em 2024, após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal, Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, o que gerou especulações sobre uma possível tentativa de se proteger da Justiça. O país é comandado pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, um dos mais destacados líderes da extrema direita na Europa. Na Itália, Bolsonaro tem afinidade política com a primeira-ministra Giorgia Meloni.

Escolta da Polícia Penal
No despacho em que autorizou Jair Bolsonaro a deixar a prisão domiciliar para realizar o procedimento no hospital, Alexandre de Moraes ordenou que o deslocamento seja acompanhado pela Polícia Penal do Distrito Federal. Bolsonaro terá que apresentar um atestado de saúde nas 48 horas seguintes ao atendimento.