O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) atrapalhou os planos da oposição, principalmente de deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que tentam, a partir da Câmara, puxar uma mobilização nacional contra a eminente prisão de Bolsonaro.
Em um ato da mesa diretora da Câmara, Motta proibiu a realização de reuniões de todas as comissões. As comissões de Relações Exteriores, presidida pelo deputado Felipe Barros (PL-PR) e de Segurança Pública, comandada pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyi (PL-SP), haviam marcado reuniões para esta terça, 22, com o objetivo de puxar uma mobilização nacional contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do processo de tentativa de golpe de Estado.
No texto, Motta evoca suas “atribuições regimentais” para resolver que “fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados”.
A decisão foi publicada no momento em que veículos de comunicação da casa, como a TV Câmara, se preparavam para a cobertura e transmissão das reuniões convocadas pelos bolsonaristas. Os plenários das comissões, que estavam lotados de pessoas aguardando o início das sessões, tiveram o sinal de transmissão fechado logo após a decisão.
Após a suspensão, deputados decidiram fazer uma entrevista coletiva para reclamar do fato de Motta ter liberado o recesso de julho sem a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária). “É uma decisão que nos impede de apresentar nossa palavra”, reclamou Bilynskyi na coletiva. “Quero lembrar que Lula deu entrevista até dentro da cadeia”, reagiu Barros.