A denúncia apresentada pela PGR contra Eduardo Bolsonaro nessa segunda-feira, 22, fez aliados de Jair Bolsonaro lembrarem uma previsão feita entre eles desde a abertura do inquérito por Alexandre de Moraes, em maio: a de que Eduardo ficaria inelegível.

À época — ainda antes de Donald Trump aplicar o tarifaço contra o Brasil, incluir Moraes entre os sancionados pela Lei Magnistsky e cancelar vistos de diversas autoridades — alguns interlocutores de Bolsonaro ponderavam que, pelo andar da carruagem, Eduardo dificilmente estaria elegível em 2026. A resposta era dada quando se questionava as chances de o deputado disputar a Presidência.

Com a acusação da PGR, menos de quatro meses depois, a previsão está mais próxima da realidade. O deputado e seu fiel escudeiro, Paulo Figueiredo, foram acusados do crime de coação no curso do processo por articularem sanções contra o Brasil junto ao governo dos Estados Unidos, de modo a influenciar o julgamento de Bolsonaro pela tentativa de golpe.

Na denúncia, o PGR Paulo Gonet escreveu que a condenação de Bolsonaro no STF mostrou que “os julgadores que se convenceram da culpa do réu não se vergaram a chantagem”.