O Planalto calibrava a comemoração desde a noite de 1º de outubro, quando a Câmara aprovou a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, por unanimidade. O texto foi uma vitória basilar do governo, pensando nas eleições de 2026.
Contudo, nos gabinetes da base aliada, uma leitura tem ganhado força. A de que o Palácio prefere conter o entusiasmo para evitar dividir méritos com o Congresso — e guardar a narrativa para 2026, ano eleitoral, caso o Senado confirme a proposta.
Deputados de partidos do centro e da esquerda veem cálculo político na comunicação do governo. A ideia, dizem, é transformar a sanção futura em peça de campanha, associada ao discurso de “governo do povo” que Lula repete em eventos e em campanhas institucionais.
Líderes do centro puxam a sardinha para o seu lado: dizem que a tramitação só andou depois de o governo aceitar ajustes pedidos pelo Centrão.