As investidas do Congresso por uma anistia aos condenados pela tentativa de golpe para beneficiar Jair Bolsonaro e para blindar parlamentares adicionaram um novo elemento de atenção para a posse do próximo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin, marcada para o dia 29 de setembro.

Até algumas semanas atrás, as maiores preocupações estavam relacionadas à possibilidade de manifestações de seguidores do ex-presidente nas cercanias do tribunal. Havia expectativa de gritaria do lado de fora do prédio do STF e, também, de agitação nas redes sociais. Previamente traçado, o plano do STF considerava desde março a possibilidade de conflitos externos, até mesmo físicos, com apoiadores e com a militância bolsonarista.

Com o avanço da proposta de anistia na Câmara, a ação de aliados de Bolsonaro no Congresso entrou na lista de riscos do tribunal. A cúpula do Supremo trabalha com a hipótese de que a votação seja realizada no dia que Fachin assume o cargo, o que aumentaria a tensão na Praça dos Três Poderes. A pressão contra o tribunal, nesse caso, deixaria de ser de manifestantes e ganharia caráter institucional.

São 1,5 mil convidados para a transmissão de cargo do ministro Luís Roberto Barroso para Fachin. Lula e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deverão estar sentados à mesa ao lado dos ministros do Supremo. O convite ao petista foi levado na semana passada por Fachin e pelo ministro Alexandre de Moraes, eleito vice-presidente.