No meio das conturbadas negociações sobre as propostas de combate ao crime organizado, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou para a tarde desta quarta-feira, 12, uma reunião com os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), todos de oposição. O encontro tem como pauta o “Marco Legal do Combate ao Crime Organizado”, nome dado pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP), ao “PL Antifacção”, de autoria do governo, que tem previsão de votação em regime de urgência nesta quarta.
A iniciativa do presidente da Câmara ocorre enquanto o governo, a oposição e o Centrão disputam a paternidade e o protagonismo do projeto. Esse assunto ganhou força após a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e se tornou um dos focos de disputa política para as eleições de 2026.
Derrite apresentou na noite de terça uma versão ajustada às exigências do Planalto, retirando trechos que equiparavam facções criminosas a organizações terroristas e limitavam a atuação da Polícia Federal. Outros pontos do texto ainda são rejeitados pelo Planalto.
Mesmo com o acordo, a oposição promete insistir em emendas que retomem esses pontos. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o partido quer “colocar criminosos com armas de guerra na categoria de terroristas” e pretende apresentar destaques durante a votação.
