Nos últimos oito anos, Luiza Brunet tem se tornado um nome importante do Brasil na defesa dos diretos das mulheres e no combate à violência de gênero. Atriz e ativista, ela tem estendido esse trabalho para outras partes do mundo. E, na semana passada, concluiu a maior viagem que fez para tratar do tema, desta vez pela Europa.

Luiza Brunet contou à coluna como seu trabalho no exterior atinge não só as brasileiras, mas também as mulheres de outras nacionalidades, além de envolver os homens que se preocupam com a necessidade de políticas públicas para combater a violência de gênero.

A ativista compartilhou seu sentimento:

“Eu sou uma menina que sofri violência quando era pequena, não só a violência assistida, mas a violência sexual infantil. Então, eu exponho para as mulheres quais são os pilares das violências que estão já tipificadas como crimes; e é muito importante passar isso de uma forma simples, direta, sem nenhum tipo de julgamento. E tem sido algo extraordinário para mim.”

Luiza Brunet visitou o Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica. Foto: Arquivo pessoal.

Brunet contou que trabalhou com as embaixadas do Brasil no Reino Unido, na Itália, Bélgica, Eslovênia e Luxemburgo para divulgar a campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, criada pela juíza Renata Gil e pelo Instituto Nós por Elas. Fruto de uma parceria entre a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Sinal Vermelho é um instrumento de denúncia que almeja evitar episódios de violência doméstica. É o seguinte: a mulher que estiver sob risco deve desenhar um X vermelho na palma da mão. Ao mostrar o sinal em locais públicos, aqueles que o reconhecerem podem acionar a polícia ou outras formas de apoio para essa mulher.

Campanha Sinal Vermelho / Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

“É uma política que foi muito bem recebida no Brasil e tem sido colocada também à disposição das mulheres brasileiras e migrantes dentro das embaixadas e consulados brasileiros no exterior. [..] Muitas mulheres brasileiras imigrantes têm medo de procurar o próprio consulado para resolver as suas questões, sejam de justiça, documentos, certidões, separação, volta ao Brasil ou qualquer tipo de violência que elas estejam sofrendo”, afirmou Brunet.

A partir de rodas de conversa e eventos, a ativista tem buscado levar aos demais países as políticas em favor da mulher que existem no Brasil, como a campanha Sinal Vermelho. A ideia é que as brasileiras possam reconhecer os consulados como suas casas — um lugar seguro e de acolhimento.

“Eu acho que eu nunca me senti tão feliz no que eu tenho feito”, disse a atriz.