A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) repudiou em nota divulgada nesta segunda-feira, 17, o ataque virtual do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o jornalista Guilherme Amado, colunista do PlatôBR. Na quinta-feira, 13, o parlamentar respondeu na rede social X a uma reportagem, publicada no mesmo dia pela coluna de Amado, que cita sua participação em uma live em Washington enquanto o Congresso brasileiro realizava sessão para definir a política de emendas do orçamento.
O deputado se mostrou incomodado com a reportagem, afirmando que ela visava minar sua relação com o eleitorado. E, ao escrever sobre isso no X, Eduardo Bolsonaro afirmou que o jornalista deveria estar temeroso, insinuando que ele poderia sofrer retaliação do governo Trump.
Eduardo diz que citou em conversa na Casa Branca outra reportagem do jornalista, de outubro de 2023, sobre um registro de entrada de Filipe Martins nos Estados Unidos, no final de dezembro de 2022. O deputado afirma, erroneamente, que esse texto provocou a prisão de Martins, assessor no Palácio do Planalto durante o governo de seu pai, Jair Bolsonaro.
Na verdade, a reportagem de 2023 não foi citada na decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes no despacho que determinou a prisão de Martins. A medida se baseou em um relatório da Polícia Federal.
“A intimidação faz referência a uma campanha de desinformação mobilizada pelo deputado junto a outros parceiros políticos, alegando falsamente que Amado teria causado a prisão de Filipe Martins”, diz a nota da associação. “A Abraji repudia a atitude de Eduardo Bolsonaro que sistematicamente tenta descredibilizar o trabalho de jornalistas por meio de ameaças, ataques virtuais e campanhas de desinformação”, acrescentou o texto.