Mal assumiu a presidência da Comissão de Agricultura Reforma Agrária do Senado, Zequinha Marinho já se reuniu, nesta terça-feira, 25, com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O senador, do Podemos do Pará, ouviu dos representantes do agro suas principais pautas: como licenciamento ambiental, regularização fundiária, crédito rural e marco temporal.
Embora o Podemos tenha, em parte, suavizado os enfrentamentos com o governo, Zequinha disse que gosta de manter sua posição como “independente”. O senador disse à coluna que, se o governo insistir em “botar a culpa no produtor” pelos altos preços dos alimentos, terá de chamar especialistas para “explicar que não é por aí”.
O senador afirmou que estes são temas que serão priorizados pela Comissão ao longo de seu mandato. Pela pauta considerada prioridade pelo novo presidente da Comissão, o que se prevê para este ano é mais tensionamento entre Lula e os parlamentares apoiadores dos ruralistas.
O senador também enviou nesta terça-feira um pedido ao Banco Central para que seja levantada a situação de inadimplência do crédito rural em todos os estados. O senador criticou as taxas cobradas dos grandes produtores nas linhas de crédito, que, segundo ele, vão de 7% a 12% ao ano dentro do Plano Safra.
O Plano Safra, aliás, foi anunciado pelo governo na noite de segunda-feira, com uma MP que libera um credito de mais de R$ 4 bilhões para o setor, que está, segundo o senador, bem abaixo da necessidade dos produtores, que seria de R$ 22 bi. A expectativa do presidente da Comissão é que o governo libere ao menos mais R$ 14 bilhões depois que o Congresso aprove o Orçamento da União, logo depois do Carnaval.