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Alckmin abre caminho para diplomacia negociar alívio na taxação prometida por Trump

Encontro do vice-presidente com representantes do governo Trump termina sem acordo para evitar aumento de tarifas sobre o aço e o alumínio produzidos no Brasil. Uma nova rodada de conversas, agora com as áreas técnicas, deverá acontecer nos próximos dias

Vice Presidente da República Geraldo Alckmin
Foto : Cadu Gomes/VPR

Em meio à confusão mundial causada pelo vaivém do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao aumento de tarifas nas compras de produtos de outros países, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio, abriu negociações com o governo americano para tentar aliviar a taxação do aço e do alumínio vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos. O tarifaço está prometido para o próximo dia 12.

O encontro desta quinta terminou sem acordo, mas com a promessa de novas conversas das áreas técnicas nos próximos dias. Em videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o representante comercial, Jamieson Greer, Alckmin procurou desfazer a ideia propagada por Trump de que o Brasil aplica taxas injustas aos produtos americanos.

Segundo nota divulgada após a conversa, o vice-presidente apresentou detalhes da política tarifária entre os dois países e mostrou que, em oito dos dez produtos que o Brasil mais importa dos EUA, a alíquota é zero. “A tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de 2,73%, bem abaixo do que sugerem as tarifas nominais”, enfatiza o texto. Além disso, Alckmin disse que os Estados Unidos vendem mais para o Brasil do que os brasileiros para os americanos.

Ao final de 50 minutos de conversa, o vice-presidente afirmou que o encontro virtual foi “positivo”. Ele disse ainda que acredita que será possível chegar a um “bom entendimento” sobre a política tarifária na gestão Trump.

Etanol
A nota do MDIC não mencionou o principal interesse da gestão Trump: abrir mercado no Brasil para o etanol produzido em solo americano. O estado de Iowa, por exemplo, reduto eleitoral do presidente americano, é grande produtor de etanol a partir do milho. Outro setor de interesse que deve entrar nas negociações é o de tecnologia. Preocupa o governo brasileiro que a discussão sobre a regulamentação das big techs aqui possa ser explorada politicamente nas tratativas com os americanos.

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