A venda de aviões civis e militares da Embraer para a Índia é a aposta do vice-presidente Geraldo Alckmin para turbinar as exportações brasileiras nos próximos anos. Em viagem oficial ao país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, quer conquistar uma fatia relevante do bilionário mercado de aviação indiano e aumentar a corrente de comércio entre os dois países para US$ 20 bilhões.

Essa ambição tem amparo no gigantesco investimento que o governo da Índia tem feito no setor. Nos últimos onze anos, o país dobrou a infraestrutura aeroportuária — de 74 para 164 aeroportos — e planeja construir mais 50 nos próximos cinco anos.

Com isso, a expectativa é de que mais 2.200 novas aeronaves sejam necessárias. Essa, pelo menos, é a estimava do ministro da Aviação Civil da Índia, Shri Kinjarapu Rammohan Naidu. Ele participou, ao lado de Alckmin, do comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, do ministro da Defesa, José Múcio, e do embaixador do Brasil na Índia, Kenneth Haczynski, da inauguração do escritório da empresa em Nova Délhi, a capital indiana.

Anfitrião do evento, o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior, já negocia com os indianos a venda de seis aeronaves E-145 para conversão em plataformas de alerta avançado e controle aéreo. Além disso, está em tratativas avançadas com a Força Aérea Indiana para a venda do cargueiro multimissão C-390 Millennium, que seria desenvolvido e produzido na Índia, em parceria com o Grupo Mahindra. Um Acordo de Cooperação Estratégica foi assinado pelas duas companhias. 

 “Nossas aeronaves conquistaram reputação de desempenho e confiabilidade, e estamos confiantes de que nossa aeronave de transporte médio multimissão, o C-390 Millennium, é perfeitamente adequada para trazer capacidades adicionais à Força Aérea Indiana”, diz Junior. 

Para além dos negócios militares, a Embraer está em conversas com o Grupo Tata para que as aeronaves E-Jets E2 sejam compradas e façam sua estreia no mercado indiano. Esse acordo sucederia os anúncios recentes de venda de 24 unidades do modelo E195-E2 para a Latam, em um negócio de cerca de US$ 2,1 bilhões, além de 50 aeronaves E195-E2, avaliadas em cerca de US$ 4,4 bilhões, para a Avelo, uma companhia aérea low cost com sede na Califórnia.