O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), divulgou nota oficial no final da tarde desta terça-feira, 5, para condenar os atos patrocinados pela oposição para tentar impedir a realização de sessões do Legislativo. Ele considera a ocupação das mesas diretoras da Câmara e do Senado “exercício arbitrário das próprias razões”, um ato “inusitado” e “alheio aos princípios democráticos”.

A manifestação de Alcolumbre aconteceu depois que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiram obstruir os trabalhos legislativos para pressionar pela votação do projeto que anistia os condenados pela tentativa de golpe de Estado e o impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Para impedir a realização de sessões, deputados e senadores ocuparam as mesas diretoras dos dois plenários. 

“Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, afirmou o presidente do Senado. Na nota, Alcolumbre ainda disse que “não admite” interferências na atuação dos nossos Poderes”. Com essa declaração, ele sinaliza apoio à atuação do STF nos processos contra Bolsonaro, motivo dos protestos da oposição.

O presidente do Senado também anunciou a realização de uma reunião de líderes ainda nesta terça-feira para a retomada a atividade legislativa. 

Deputados e senadores iniciaram os trabalhos de obstrução no final da manhã. Primeiro, ocuparam a mesa diretora da Câmara. Depois, fizeram o mesmo no Senado. Com essas ações, conseguiram impedir o andamento das sessões. Atuante na obstrução, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, disse que o objetivo é pressionar Alcolumbre a pautar uma série de projetos de interesse da oposição..

A ocupação também é um protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada na segunda, 4, por Moraes, segundo os próprios senadores. Rogério Marinho (PL-RN) disse ao PlatôBR que há 15 dias os opositores ao governo tentam falar com o presidente do Senado, mas não são atendidos, por isso a decisão de ocupar a mesa diretora. impasse.

Motta também se manifesta
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou acompanhar a situação em Brasília desde as primeiras horas desta terça-feira, 5. Em publicação nas redes sociais, ele informou que determinou o encerramento da sessão plenária do dia e convocará reunião de líderes para tratar da pauta na quarta-feira, 6.

Motta ressaltou que o Parlamento deve ser um espaço de diálogo e respeito institucional, reforçando a necessidade de entendimento entre as partes.