Embora o PL tenha chamado uma reunião nesta terça-feira, 2, para tentar contornar a crise deflagrada por Michelle Bolsonaro no partido e no clã Bolsonaro, bolsonaristas preveem que a ex-primeira-dama e os filhos de Jair Bolsonaro terão mais embates em meio à prisão do ex-presidente.
Avaliações nesse sentido, feitas entre parlamentares do PL, levam em conta os perfis de cada um dos envolvidos — Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, de um lado, e Michelle, do outro — e consideram o histórico de conflitos entre eles no seio familiar. Mas não só.
Chamou atenção no partido a ação coordenada dos três filhos mais velhos de Bolsonaro em rechaçar publicamente as críticas da ex-primeira-dama ao deputado federal André Fernandes pelo acordo com Ciro Gomes no Ceará. A aliança, questionada por Michelle, foi endossada por Bolsonaro antes da prisão.
As manifestações públicas dos três irmãos — ao invés de um só falar — em uma questão considerada “lateral” como a cearense passaram a ideia de “tolerância zero” com qualquer movimento entendido como ingerência indevida de Michelle. O que seria um campo fértil para futuras novas crises, na visão de aliados.
“A briga em si não surpreendeu. Surpreende que ela tenha demorado tanto para acontecer: uma semana depois da prisão do presidente”, ironizou um aliado de Bolsonaro. “Quando a harmonia é muita nessa família, o santo desconfia”.
