Aliados de Tarcísio de Freitas no centrão avaliam que a escolha de Paulinho da Força como relator da anistia na Câmara e os sinais que o deputado vem dando sobre o tema atenuam a pressão sobre o governador de São Paulo.
Esse entendimento está baseado sobretudo nas movimentações do relator nos primeiros dias na função. Paulinho tem dito abertamente que não vai levar à frente a ideia da anistia ampla defendida pelo bolsonarismo, pela qual Tarcísio vinha sendo pressionado, e iniciou articulações por um texto que reduza penas de golpistas, mas não perdoe seus crimes.
Paulinho da Força tem articulado com Michel Temer, o centrão e ministros do STF por um projeto que não seja revogado pela corte, como seria o caso da anistia, e citou Tarcísio como alguém com quem deseja conversar, assim como outros governadores. Assim, dizem interlocutores de Tarcísio, o peso dele foi diluído — o que seria positivo em um tema espinhoso como a anistia.
No entorno do governador paulista, entende-se que a atuação de Tarcísio pela aprovação da urgência do texto da anistia, após articulações com Hugo Motta, e a participação dele no ato da Avenida Paulista no Sete de Setembro já foram acenos ostensivos à base bolsonarista. Apesar desse apoio do governador, o rumo que o projeto tomou na realidade de Brasília é visto positivamente entre os que o querem candidato à Presidência em 2026.