Apesar do silêncio oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o anúncio da saída antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do STF, os nomes de possíveis substitutos já estão no radar do presidente que, de acordo com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), anunciará a indicação “em breve”.
As apostas recaem principalmente sobre quatro nomes: o do ministro da AGU (Advocacia Geral da União) Jorge Messias, o do ex-presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, e o da atual presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Rocha cogitada nos últimos dias para a vaga.
Tão logo Barroso anunciou sua intenção, membros do governo passaram a elencar, sob reserva, uma série de fatores que tornam Messias o favorito de Lula. Um deles é que ele já teria sido preterido pelo presidente na indicação de Flávio Dino para a vaga deixada pela ministra Rosa Weber. Dino assumiu em fevereiro do ano passado.
A maioria dos cotados têm peso no meio político. Messias é muito próximo de Lula e é considerado um nome capaz de lidar com um Congresso conflagrado como o atual, por manter diálogo com senadores do Centrão e de oposição, responsáveis por aprovar o indicado para o Supremo após uma sabatina. Na avaliação de aliados do ministro, o fato de ele ser evangélico seria uma vantagem na apreciação pelo Senado do nome escolhido pelo presidente.
Pacheco é um nome cotado, mas Lula tem outros planos para o senador. O principal é a candidatura do senador ao governo de Minas Gerais em 2026, em um palanque que uniria o PT e o PSD. Pacheco tem o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para a vaga de Barroso, o que facilitaria a sua aprovação. Sua indicação também agradaria aos ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Dino e Cristiano Zanin.
Bruno Dantas presidiu o TCU durante as eleições de 2022, é próximo e Alcolumbre e do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Sua nomeação para o Supremo abriria um vaga para indicação no tribunal de contas.
A chance de Lula indicar uma mulher também existe. Nas duas escolha que fez nesse terceiro mandato, o presidente foi cobrado, inclusive por sua mulher, a primeira-dama Janja da Silva, a melhorar a representatividade feminina na corte, que hoje conta apenas com uma mulher, a ministra Cármen Lúcia. É nesse contexto que o nome da ministra Maria Elizabeth Rocha circula no Planalto.