Cassado em 2014, o ex-vice-presidente da Câmara André Vargas quer retornar à Casa a partir de 2027. Ele se prepara para concorrer na eleição de 2026 pelo Paraná. “Estou saindo do casulo devagarinho”, disse o ex-deputado à coluna nesta quarta-feira, 1º.
Não faltarão a Vargas meios para articular a candidatura: o ex-deputado é o novo secretário-geral do PT no Paraná, um cargo de grande visibilidade, que trabalha ações da legenda em todo o estado.
O presidente do PT paranaense, Arilson Chiorato, confirmou à coluna que Vargas é pré-candidato a uma vaga na Câmara, onde foi cassado por 359 votos a 1, onze anos atrás. O único voto a seu favor foi o de José Airton, do PT do Ceará.
Na época, André Vargas se desfiliou do PT por receber pressão para renunciar, mas diz que não guardou rancor dos companheiros. “A gente achou que a Lava Jato seria uma crise que duraria um ano, mas durou esse tempo todo aqui. Naquela hora, o PT estava muito acuado”, disse.
Em março, a coluna encontrou André Vargas no Planalto, na posse de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula. Vargas é próximo da ministra. Ele avisou na ocasião: “Para a gente, o único caminho de volta para a política tem de ser pelo voto”.
O petista conta os dias em que ficou preso: 1299. Solto, voltou ao PT no final de 2019, mudou-se para um sítio perto de Londrina (PR), sua base eleitoral, e passou a plantar pitaya. “Tive de me reinventar. Estou orgulhoso porque este ano colhemos 30 toneladas.”
André Vargas foi o primeiro político condenado pela Lava Jato, em 2015, por sua relação com o doleiro Alberto Yousseff. Sentenciado a uma pena de 14 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, passou 42 meses na cadeia, entre 2015 e 2018.