Dois lances nesta segunda-feira, 12, deram algum fôlego a Ednaldo Rodrigues em meio à crise que envolve seu reinado na CBF.
O anúncio da contratação do italiano Carlo Ancelotti como novo treinador da Seleção Brasileira para a Copa de 2026 encerrou uma novela que expunha um dos principais constrangimentos da gestão Ednaldo no campo esportivo: a falta de um comandante quase dois meses após uma goleada humilhante para a Argentina, em Buenos Aires, e a um ano do mundial organizado por Estados Unidos, México e Canadá.
Veiculada por Ednaldo antes mesmo que o atual clube de Ancelotti, o Real Madrid, informasse sobre a saída dele, a contratação antecedeu em poucas horas outro lance importante para o cartola nesta segunda: o cancelamento da audiência no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na qual o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro ouviria o ex-presidente da CBF Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Lima.
A assinatura de Lima no acordo que permitiu a permanência de Ednaldo à frente da entidade tem a autenticidade questionada por uma perícia e Gilmar Mendes, do STF, mandou que o caso fosse investigado junto ao TJRJ. Por motivos de saúde, no entanto, Lima não compareceria e a oitiva foi cancelada.
Com uma bagagem inquestionável no futebol europeu, Ancelotti resolveu um dos problemas de Ednaldo e tem sido festejado como uma vitória de sua gestão. Até um vídeo, com sua retórica pouquíssimo articulada, o dirigente divulgou para dar as boas-vindas ao italiano e conclamar a torcida rumo ao hexacampeonato mundial.
A ausência do Coronel Nunes na audiência com o desembargador Zefiro, no entanto, está longe de encerrar a maior ameaça ao cartola: o TJRJ. Embora o cancelamento da audiência possa representar algum atraso ao caso, afinal, convém lembrar que Zefiro foi o relator e votou favoravelmente à destituição de Ednaldo Rodrigues da CBF, em dezembro de 2023.