A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 25, o projeto de resolução que altera o nome da atual “Sala de reuniões do Colégio de Líderes” para “Sala Miguel Arraes”. A proposta é de autoria da deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE), neta do ex-governador de Pernambuco, e faz parte de uma série de homenagens que marcam os 20 anos da morte do político, que serão completados no próximo dia 13 de agosto.
Apesar da resistência de partidos da oposição, o projeto foi aprovado por 272 votos a favor e 117 contrários. As bancadas do PL e do Novo orientaram pelo voto contrário. Os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), Bibo Nunes (PL-RS) e Caroline De Toni (PL-SC) também se manifestaram contra a iniciativa.
Na votação final, a deputada Bia Kicis (PL-DF) criticou proposta, afirmando que a sala do Colégio de Líderes é um espaço plural, que não deveria privilegiar uma ideologia específica. “Não nos parece justo nomear essa sala em homenagem a alguém que seja de uma ideologia tão forte e particular, que se opõe a outras ideologias”, disse.
Maria Arraes disse que a homenagem reconhece a importância histórica e política do avô. “Miguel Arraes tem uma trajetória política brilhante, com grandes feitos que inspiraram programas sociais nacionais. Ele foi também deputado federal e, até os dias de hoje, inspira essa geração que está no Legislativo, sobretudo em defesa da Democracia. É justo que possamos marcar o seu legado também aqui”, afirmou.
Quem foi Miguel Arraes
Miguel Arraes foi advogado, economista e político. Pernambucano, exerceu três mandatos como governador do estado, além de ter sido deputado federal em três ocasiões, estadual em outras duas, e prefeito de Recife. Em 1964, foi deposto pelo golpe militar e ficou preso em quartéis no Recife e depois na Ilha de Fernando de Noronha. Seguiu para o exílio na Argélia, onde permaneceu até o fim da ditadura. Em 1990, fundou o Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda que ajudaria a consolidar. Arraes morreu aos 88 anos, em 13 de agosto de 2005.