BELÉM — Das mais de 100 delegações presentes na Cúpula do Clima de Belém, apenas Noruega e França anunciaram aportes no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, 6. Os noruegueses se comprometeram a aplicar US$ 3 bilhões de dólares e os franceses outros 500 milhões de euros (575 milhões de dólares, aproximadamente).

O TFFF é uma iniciativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva que prevê pagamentos a países que garantam a conservação das florestas. No total, mais de 70 nações em desenvolvimento com florestas tropicais em seu território poderão receber os recursos.

Os valores anunciados por Noruega e França se somam aos compromissos de Brasil e Indonésia, que já haviam sinalizado que iriam depositar US$ 1 bilhão cada. Os recursos totalizados ultrapassam US$ 5,5 bilhões. Até agora, 53 países declararam apoio público ao fundo e muitos deles são potenciais doadores, afirmou o Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Mauricio Lyrio, em entrevista coletiva.

Também presente na entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo da Alemanha deve anunciar um aporte no fundo, após reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 7. 

“Estamos saindo desta mesa animados. Pela primeira vez em uma COP, um instrumento para soluções para problemas ambientais pode, efetivamente, sair do papel, pode significar um caminho para motivar as pessoas em torno de uma causa tão nobre quanto essa”, disse Haddad. 

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) também comemorou os anúncios e afirmou que entre os países apoiadores estão 90% dos detentores de florestas tropicais. 

Meta de US$ 25 bilhões
Após anunciar na última segunda-feira, 3, que o TFFF deveria alcançar US$$ 10 bilhões no primeiro ano, Haddad afirmou que essa meta deve ser alcançada em um prazo menor, diante dos aportes já confirmados.

Segundo ele, o objetivo de mobilizar US$ 25 bilhões de governos está mantido e a ideia é que o valor aumente para US$ 125 bilhões com a captação de recursos do setor privado, dos fundos de pensão e de fundos soberanos.