Depois de perder o comando da CPI mista do INSS, os governistas estão preocupados em garantir presença assídua nas sessões do colegiado que serão realizadas nas tardes de segunda-feira, a partir das 15 horas, e nas manhãs de quinta, às 9 horas. No dia da derrota, faltaram à reunião representantes do PT, do MDB e do PDT. Na avaliação corrente no Planalto, faltou mobilização prévia dos líderes para convocação dos aliados.
O presidente da CPI, Carlos Viana (Podemos-MG), escolheu para as sessões dias em que poucos senadores estão em Brasília. Para tentar evitar novos imprevistos, os líderes governistas estão encarregados de cobrar a presença dos representantes da base aliada nas reuniões da CPI, mesmo com o Congresso esvaziado, para o Planalto ter força na apreciação dos requerimentos, principalmente.
Na próxima semana, excepcionalmente, a primeira sessão da comissão será na terça-feira, 26, para a votação de requerimentos. Na quinta, haverá outra reunião, para decidir sobre o plano de trabalho.
O governo tem razão em se preocupar. Entre os primeiros pedidos a serem colocados em votação está um conjunto de requerimentos dos oposicionistas para levar à comissão um irmão do presidente Lula, José Ferreira da Silva. Conhecido como Frei Chico, ele é vice-presidente de uma das entidades investigadas pela Polícia Federal, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cuja arrecadação somou R$ 90 milhões em 2023.
Embora investigado pela PF, o Sindnapi não entrou no rol de associações com pedido de bloqueio de recursos feitos pela AGU (Advocacia-Geral da União) para ressarcir aposentados que foram vítimas das fraudes. Frei Chico é a aposta da oposição para impor ao governo a responsabilidade pela continuidade do esquema investigado pela Polícia Federal desde 2019. O objetivo é derrubar a ideia defendida por Lula de que as investigações estão ocorrendo por iniciativa da CGU (Controladoria-Geral da União) e que são feitas de forma rigorosa, “doa a quem doer”.