A equipe médica que atende o presidente Lula no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, informou nesta quinta-feira (12/12) que foi concluído com sucesso o novo procedimento a que o petista foi submetido, uma embolização da artéria meníngea.
A intervenção foi executada pelo hospital dois dias depois da trepanação na cabeça do presidente, feita emergencialmente após Lula se sentir mal em Brasília. Exames haviam apontado um hematoma entre o crânio e o cérebro do presidente, que foi levado a São Paulo para drenagem da região, na primeira operação. As complicações foram decorrentes da queda que Lula sofreu em um dos banheiros do Palácio da Alvorada, em outubro, quando bateu a cabeça.
Em entrevista coletiva, o grupo de médicos liderado pelo cardiologista Roberto Kalil Filho e a infectologista Ana Helena Germoglio informou que a embolização da artéria foi um procedimento preventivo e minimamente invasivo, complementar à cirurgia da terça. Ou seja, não houve novo sangramento no crânio de Lula entre a operação e a tarde desta quarta-feira, quando a equipe decidiu pela embolização. A intervenção começou às 7 horas e durou cerca de uma hora, com Lula sedado. Depois do procedimento, o petista já conversava normalmente, segundo os médicos. Eles ressaltaram que o presidente não teve sequelas após as intervenções.
O procedimento foi feito por meio de um cateter milimétrico, que levou uma substância à região onde Lula teve o sangramento. Esse material é injetado através do cateter e entope os vasos por ali, impedindo novas hemorragias. “O que importa é parar de chegar sangue nesse local”, disse José Guilherme Caldas, responsável pelo procedimento.
A equipe médica assegurou que o risco de novos sangramentos no local foram reduzidos a cerca de 5%. “Agora temos segurança máxima, o risco é estatisticamente desprezível”, afirmou o neurologista Marcos Stavale.
O hematoma drenado por meio da trepanação, conforme a equipe médica, foi um dos dois que se formaram no crânio de Lula após sua queda no Alvorada. O outro hematoma, relatou o neurologista Rogério Tuma, havia sido absorvido sem necessidade de cirurgia.
Lula segue internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Sírio Libanês, acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva. As únicas visitas autorizadas a ele são de familiares. A partir desta sexta-feira, 13, ele seguirá no mesmo espaço, mas já não será monitorado por 24 horas. Os médicos disseram que o dreno inserido no crânio do presidente na cirurgia de trepanação deve ser retirado no fim da tarde desta quinta.
“O presidente sempre se manteve sereno, seguindo ordens médicas e protocolos de tratamento. Óbvio, foi uma cirurgia de emergência, mas ele se manteve sereno”, disse Kalil. Segundo os médicos, a nova intervenção não vai postergar o cronograma previsto para sua alta hospitalar, no começo da próxima semana, entre segunda e terça-feira. Roberto Kalil Filho disse que as recomendações ao presidente depois de deixar o Sírio Libanês são de evitar esforço físico e mental e estresse, com “repouso relativo”.