Um inquérito aberto há mais de sete anos pela Polícia Federal contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL) teve as investigações concluídas no fim de novembro, sem reunir provas de que o emedebista cometeu crime de corrupção no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis.
Depois de o ministro Flávio Dino, do STF, ter determinado uma última extensão do prazo do inquérito, em outubro, o delegado Leonardo Américo Ângelo Santos assinou em 27 de novembro um relatório arrematando a investigação, sem indiciar Renan.
O senador era investigado desde maio de 2017 por supostamente receber propina a partir de investimentos do Postalis em negócios indicados pelo lobista Milton Lyra, personagem ligado ao político alagoano. Renan, conforme a hipótese investigada pela PF, teria exercido influência sobre o diretor financeiro do fundo de pensão, a quem cabia aprovar os aportes intermediados por Lyra.
O inquérito teve como um de seus pontos de partida a delação premiada de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas.
Após sete anos de investigação, no entanto, os investigadores não encontraram provas suficientes para respaldar os relatos de Mello e atribuir oficialmente crimes a Renan Calheiros neste caso.
“A despeito dos consistentes trabalhos investigativos desenvolvidos, a Polícia Federal entende que até o presente momento não foi possível atingir o standard probatório suficiente para emissão de indiciamento com autoria e materialidade delitiva”, escreveu o delegado no relatório.
O investigador também lembrou o “extenso lapso temporal” do inquérito, que levou Dino a cobrar da PF o encerramento das apurações, e anotou que “não se vislumbra diligências outras que tenham aptidão para alterar o cenário de insuficiência fático-probatória”.
Flávio Dino enviou o relatório da PF sobre o inquérito contra Renan Calheiros à Procuradoria-Geral da República, para ouvir o parecer do órgão.