O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) foi o recordista de voos da Força Aérea Brasileira na semana do Natal. Entre os dias 21 e 26 de dezembro, ele fez cinco viagens, de acordo com os registros da corporação.
Em um dos casos, no sábado, 21, um jatinho da FAB decolou de Brasília para Salvador com nove pessoas a bordo e pousou no início da tarde na capital baiana. À noite, em novo voo solicitado por Lira, a viagem prosseguiu de Salvador para Maceió, agora com doze passageiros – três a mais do que no trajeto anterior.
Não há registro dos nomes dos acompanhantes do presidente da Câmara nem do motivo das viagens. A justificativa para fazer os voos em jatos da FAB, em todos os casos, é a necessidade de garantir a segurança do deputado.
Em 23 de dezembro, Lira voltou a voar nas asas da FAB, desta vez de Maceió para Brasília. No dia seguinte, véspera de Natal, ele solicitou mais uma viagem, de Brasília para Maceió. Permaneceu em Alagoas, seu estado, até o dia 26 e, então, retornou à capital federal em novo deslocamento a bordo de um jatinho da Força Aérea.
No mesmo período, de 21 a 29 dezembro, também solicitaram viagens o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (1), o presidente do STF, Luís Roberto Barroso (4), e os ministros dos Transportes, Renan Filho (4), e das Cidades, Jader Filho (2).
Em uma das viagens, Renan Filho foi a Caxias do Sul e voltou no mesmo dia. Na cidade, participou da inauguração de uma ponte. Com ele viajou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, o gaúcho Paulo Pimenta. Em outra, ele voou até Imperatriz (MA), para ver a ponte que desabou nas proximidades da cidade. A viagem de Jader Filho a Maceió, partindo de Brasília e voltando no mesmo dia, foi para participar de entregas do programa Minha Casa Minha Vida no município alagoano de Santana do Ipanema.
A FAB tem uma frota de aviões que é mantida especialmente para deslocamentos de autoridades. O chamado Grupo de Transporte Especial (GTE) tem mais de trinta aeronaves de transporte executivo. Os voos são custeados, evidentemente, com dinheiro dos cofres públicos. Em 2024, só com a manutenção de jatos com mais tempo de uso, incluindo vários desses que são utilizados para transportar autoridades, a corporação gastou quase R$ 300 milhões.