O anúncio de saída antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do STF (Supremo Tribunal Federal) não foi novidade nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem para os auxiliares dele no Palácio do Planalto. Barroso avisou o presidente um dia antes que iria tornar pública sua opção pela aposentadoria precoce.

Agora, mais do que nunca, estão lançadas as apostas sobre a sucessão do ministro na corte. A avaliação predominante entre auxiliares de Lula é a de que o petista escolherá para a vaga um nome da sua estrita confiança. Foi assim quando ele optou pelos nomes de Cristiano Zanin e de Flávio Dino, já no atual mandato. 

Os mesmos auxiliares do presidente apostam que ele não deve ter pressa para anunciar o substituto, já que a escolha também é um ativo político relevante com a proximidade das eleições presidenciais de 2026.

“Apesar de vários nomes já postos, Lula pode surpreender. Ele ficou 580 dias preso e isso muda o homem. Muda a forma como encara a vida e faz as escolhas”, disse um auxiliar do Planalto.

O posto de Barroso tem vários postulantes, entre eles o advogado-geral da União, Jorge Messias, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas e Wellington Cesar Lima e Silva, advogado-geral da Petrobras.

No discurso de despedida, no plenário do STF, o próprio Luís Roberto Barroso disse que já havia sinalizado a Lula há cerca de dois anos a possibilidade de se aposentar logo após sua passagem pela cadeira de presidente da corte.

Em maio, o PlatôBR informou que o Planalto havia recebido sinais de que Barroso de fato deixaria o STF assim que terminasse seu período no comando do tribunal. Àquela altura, auxiliares de Lula trabalhavam com um cenário novo: o de que o ministro tinha interesse em assumir uma embaixada, preferencialmente na Europa.