Alexandre de Moraes atravessou a rua para escorregar na casca de banana. Precisamente, numa casca de banana na UTI do hospital DF Star, em Brasília, onde Jair Bolsonaro está internado há 11 dias. Depois que o ministro do STF perdeu a paciência e mandou intimar o ex-presidente no leito hospitalar, os bolsonaristas estão em franca campanha para responsabilizar o magistrado pela piora de saúde de Bolsonaro, que teve crise de pressão alta. Mas não é bem assim.
O episódio de aumento da pressão arterial de Jair Bolsonaro não complicou seu quadro de saúde, segundo interlocutores do ex-presidente.
A coluna apurou junto a pessoas próximas de Bolsonaro, que conversaram com os médicos, que o agravamento hepático sofrido pelo ex-presidente é uma ocorrência possível em situações como esta. Três fatores podem ter levado a essa piora: a alimentação parenteral, o excesso de medicamentos e os diversos jejuns feitos por Bolsonaro para realizar exames, como uma recente tomografia.
Uma situação esperada diante da cirurgia, mas dolorosa e que pode ser complicadora do quadro de saúde, é o intestino preso. Nesses últimos 11 dias, Bolsonaro só conseguiu evacuar dois dias atrás, depois de receber medicamentos retais.
Apesar de a orientação médica ser de proibição de visitas, Bolsonaro segue recebendo políticos e aliados e produzindo conteúdo para a internet, como fotos e a live recente.
O que diz a nota oficial dos médicos, divulgada pelo DF Star:
“Apresentou piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos.
Será submetido hoje (quinta-feira, 24) a novos exames de imagem.
Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa.
Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI.”