O noticiário, as conversas de bastidores em Brasília, o bate-papo do fim de expediente no bar ou no café dão como certa a prisão de Jair Bolsonaro nos próximos dias. Nesta sexta-feira, 21, a defesa do ex-presidente apresentou ao Supremo Tribunal Federal um pedido de prisão domiciliar, caso seja dada ordem de transferência para uma cela em Brasília, para início da execução da pena de 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. 

Os advogados solicitam que o STF aceite o pedido em “caráter humanitário” em decorrência de seu quadro de saúde. O documento afirma que Bolsonaro está “profundamente debilitado” e lista as doenças e os infortúnios: infecções pulmonares, esofagite e gastrite, câncer de pele, complicações do atentado à faca em 2018 e a crise de soluços.

“Um mal grave ou súbito não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’,” registra o pedido. 

Encabeçada pelo criminalista Celso Vilardi, a defesa solicitou que Bolsonaro cumpra a pena em casa, sob monitoramento eletrônico –  regime de detenção em que o ex-presidente está desde julho, preventivamente, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

No recurso, a defesa requer ainda direito a saídas de sua residência para “tratamento médico”. O pedido tem como base a saúde de Bolsonaro e o ambiente de uma prisão. Problema que representa “risco concreto e imediato à integridade física e à própria vida”, argumentam os advogados. A Penitenciária da Papuda, em Brasília, para onde o ex-presidente pode ser enviado, é citada pela defesa, que destacou a “situação precária”.

Ainda é incerto se Moraes vai mandar Bolsonaro logo para a cadeia por considerar que acabaram os recursos possíveis para contestar a sentença da Primeira Turma, de 11 de setembro. Há outras possibilidades, inclusive, defendidas pelos advogados, de que ainda há um caminho de recursos a serem apresentados em tribunal. A palavra final deve ser de Moraes.