Algumas associações que se encontraram com representantes do governo Lula na última quinta-feira, 6, para definir alternativas para a inflação dos alimentos no Brasil saíram insatisfeitas do encontro. Liderado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, o governo anunciou um pacote de medidas como a zeragem na alíquota do imposto de importação sobre diversos alimentos, como carne, café, açúcar e milho. O pacote ainda depende de aprovação da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para entrar em vigência.
Segundo presentes na reunião, as propostas dos setores foram “absolutamente ignoradas”. Uma fonte reclamou que “não houve diálogo” e que “todos saíram muito incomodados, porque nenhuma das propostas foi acatada”, e apontou que o pacote do governo não terá impacto significativo para baixar o preço dos produtos nas gôndolas. “Ninguém teve chance de defender nada”, lamentou.
A isenção do imposto de importação está sendo vista como ineficaz por diversos economistas, uma vez que o Brasil já é um grande produtor de quase todos os itens que terão suas alíquotas zeradas. A medida pode surtir maior efeito para o preço do azeite de oliva, que tem taxação de 9% para importação, mas que não é um item com larga produção em solo brasileiro; e para o preço da sardinha, que tem taxação de 32% hoje.
Além de Alckmin, participaram da conversa ministros como Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). Do lado das associações, participaram Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA), Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), além de representantes de empresas como Granja Faria e Marfrig.