Divulgada nesta terça-feira, 16, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) reforçou a sinalização de que o Banco Central não pretende cortar os juros em janeiro de 2026. Com isso, as apostas do mercado devem migrar para que o início do ciclo de cortes comece em março.
A autoridade monetária afirmou no documento que, ao longo do ano, tem alterado a comunicação para expressar sua percepção sobre o estágio em que a política de juros se encontra e tem destacado o ganho de confiança com o processo de desinflação.
“Em primeiro lugar, cabe ressaltar a elevação firme da taxa de juros para combater uma deterioração do cenário de inflação. Passado o estágio de elevação, o Comitê interrompeu para avaliar se o nível então corrente da taxa de juros seria suficiente para assegurar a convergência da inflação”, informou o BC.
A ata detalhou os principais pontos que serão observados para o corte de juros. O primeiro deles são os vetores inflacionários que se mantêm adversos e o BC seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica, fundamental na determinação da inflação, em particular da inflação de serviços. O segundo são as expectativas de inflação, que se mantêm desancoradas e são determinantes para o comportamento da inflação futura. O terceiro é o repasse do câmbio para a inflação. O quarto é o balanço de riscos e, o quinto, é a própria dinâmica da inflação corrente.
Além disso, o Copom indicou ao longo do ano que a estratégia seria de manutenção dos juros por período bastante prolongado, debatendo se tal taxa era suficiente e, depois, julgando se o patamar da Selic era suficiente. Segundo os diretores do BC, nesta reunião, o colegiado concluiu que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta.
“O Comitê avalia que a condução cautelosa da política monetária tem contribuído para se observar ganhos desinflacionários e, mais uma vez, reafirma o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”, diz a ata. “Diante das condições observadas e prospectivas, o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado”, completa o documento.
